quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

GANHO OU OFERECIDO?



A campanha e vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais dos EUA, não significam de forma nenhuma um abrandamento nas políticas neo-liberais que têm vindo a caracterizar este país. É verdade que a campanha (embora tenha sido a mais cara de todos os tempos na história eleitoral norte americana, com o custo de 750 milhões de dólares), teve um forte impacto em algumas questões sociais, nomeadamente raciais, não obstante os fundos que proporcionaram esta campanha megalómana, provieram dos grandes centros de poder industrial, que patrocinaram igualmente a campanha de Bush. O apoio financeiro dos senhores do dinheiro que decidiram apoiar a campanha de Obama após ser divulgada a forte possibilidade de vitória do candidato afro-americano, representa um compromisso inevitável entre os dois sectores, é portanto com alguma evidência que Obama terá que injectar fundos federais com a intenção de estancar a tão falada e sentida crise. Relativamente às políticas unilaterais Obama tem como Secretário da Defesa Robert Gates, republicano escolhido por Bush para desempenhar tal tarefa, a retirada das forças militares do Iraque em mobilização para o Afeganistão representa a possibilidade de uma nova guerra e a retirada de militares do Iraque não é total, são mantidos pequenos batalhões (Marines) para defenderem os seus interesses, interesses que motivaram a ocupação.
Na formação da equipa de trabalho de Obama temos também como Secretário do Tesouro Tim Geithner e Conselheiros Económicos Richard Rubin e Lanny Aummers, todos eles envolvidos na desregulamentação do sector bancário.
É com alguma frequência que se descreve os democratas como uma alternativa às políticas conservadoras ou neoliberais sustentadas pela guerra, mas é importante não nos esquecer que tanto os republicanos como os democratas têm manchas nos seus currículos, casos flagrantes,os democratas invadiram a Coreia e o Vietname e os republicanos o Afeganistão e o Iraque, todas elas com um enorme nível de fracasso como de destruição.
É verdade que Obama conseguiu criar um impacto sem procedentes em várias classe e etnias, teve o maior apoio eleitoral em toda a história dos democratas, mais do que Bill Clinton, Al Gore e John Kerry com o total apoio da comunidade negra, dois terços da comunidade latino-americana, algum apoio de trabalhadores progressistas tanto brancos como hispânicos, 45% de eleitores brancos, mas mais impressionante foi a conquista de Estados como Virgínia e Carolina do Norte, onde reside a maior força republicana. Estes números representam uma melhoria considerável no relacionamento entre raças, num país onde a exclusão, perseguição e discriminação ainda tem muita presença.
Obama apareceu quando mais era necessário,com a nova vaga de tendências anti-América por todo o mundo a afectar as relações internacionais, levou vários sectores norte americanos a depender de uma mudança radical. Com a maior dívida externa do Mundo coberta pela China, conflitos económicos um pouco por todo o Mundo, como exemplo mais flagrante a Venezuela em conflito directo sobre a produção de petróleo e gás natural e os fracassos provenientes das ocupações no Iraque e Afeganistão, leva-nos a questionar a veracidade da campanha e vitoria de Obama.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que o Obama vai ser uma grande desilusão como os últimos dirigentes dos EUA.