quinta-feira, 17 de março de 2011



O estado de incongruência política atingiu níveis tão altos dentro e fora da Assembleia da República, que o povo mesmo nos sectores de dificil acesso manifesta-se e dá fortes sinais de ruptura com a sua própria idiossincracia política e social.
A mudança é clara, porém instável e discricionária de críticas generalistas o que transforma também a instabilidade política numa arma contra o povo.

Instabilidade Política:
O PSD tem agora o terreno aberto para governar, deu até já os primeiros passos neste sentido nas últimas declarações de Passos Coelho. O impasse que se tem vivido em Portugal é fundamentalmente porque o PSD não quer assumir compromissos com as medidas do Governo...uma verdadeira comédia tendo em conta que foi o PSD que deu sempre o ultimo e mais importante contributo para que tais medidas se concretizassem!!!
Aparece agora estratégicamente Passos Coelho, que num pedido de desculpas ao povo pela aprovação do PEC e Orçamento de Estado, afirma não ser igual ao primeiro ministro!!! Se não ser igual refere-se fisicamente?!! Nesse caso estamos de acordo, porque politicamente é extremamente dificil encontrar qualquer diferença!!!
O governo que acabou de anunciar uma nova intenção de propostas de austeridade ao país (PEC4), vê já reprovada pelo PSD, intenção confirmada no encontro do líder do PSD com o Presidente da República. Travada esta intenção, Sócrates já atribuiu a culpa da provável entrada do FMI em Portugal aos sociais democratas e a toda a oposição. Como é evidente, esta é a melhor oportunidade para o PSD lavar as mãos as responsabilidades e correr para o poleiro com a resposta sabida em caso de acusações!
O que é que nós ganhamos com isto?
Bom, julgo poder dizer que ganhámos concerteza mais medidas de austeridade pelo FMI, que "sem culpados" tem agora o caminho livre para desvastar ainda mais o que nos resta!!! Ganhámos também o seguimento das políticas neo-liberais que com a tão omnipresente crise vai continuar a inexorável desvalorização da mão-de-obra e o enriquecimento discricionário das oligarquias. Enfim, em termos gerais continuamos mas piores!!!

Meus caros, o mundo está a mudar, mas não se iludam nem sequer por um minuto que é para melhor. As medidas de austeridade generadas pelo mecanismo de defesa do grande capital em crise, é também uma grande oportunidade para alguns enriquecerem a pála do povo. Os despedimentos em massa têm gerado grandes riquezas e óbviamente uma grande taxa de desemprego e precáriedade, através da liberalização dos horários, aumento da carga de trabalho, logo com menores despesas empresariais, os lucros disparam...atractivo!!! Na realidade o povo pouco significa para este sistema logo que açaimado e adormecido. O povo manifesta-se, porém faz-lo desorientado, sem directrizes nem objectivos. O país precisa urgentemente de reforçar a luta organizada e objectiva.


Enquanto nos deparamos com a dualidade de personalidades da mesma figura, o país mergulha ainda mais fundo num oceâno de austeridade exploradora, que lembrando-me da saga Tubarão (de steven spielberg), parece não ter fim.

Sem comentários: